Viagem com Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa no dia 13 de Junho de 1888 e faleceu na mesma cidade em 30 de novembro de 1935, foi poeta, filósofo e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal. Foi educado na África do Sul por isso aprendeu a se expressar em Inglês, idioma da maior parte de sua produção literária.
Durante a sua trajetória pela literatura criou vários heterônimos, entre eles os mais conhecidos são: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
ResponderExcluirSão lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
A importância é tudo que vale a pena se a alma não é pequena.
Outrora eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro,
ResponderExcluirForasteiro do que vejo e ouço, velho de mim.
Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei.
Eu reinei no que nunca fui.
Presságio
ResponderExcluirO amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
COMENTÁRIO: Esse poema retrata um assunto sobre a insegurança de demonstrar sentimentos por certa pessoa, isso acontece quando estamos apaixonados o amor nos prende naquele olhar e no jeito de falar seu cheiro e tudo em que abita naquela certa pessoinha em que o "cupido" nos prendeu e isso causa na insegurança de damos afeto a pessoa,pois achar que ela não vai gostar de você.
Presságio ( 1928 )
ResponderExcluirO amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…
O amor difícil de uma pessoa tímida que ama em silêncio.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão sou nada.
ExcluirNunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Segue o teu destino
ResponderExcluirOdes de Ricardo Reis (Segue o teu destino)
Um recado de Ricardo Reis sobre a forma de se encarar a vida e o futuro.
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
Eu gostei muito do poema, Porque ele retrata que é pra viver o seu hoje, Não ficar pensando no seu passado, Porque nunca se sabe oque pode acontecer amanhã.
Excluirthaylla mayra*
ResponderExcluirUns, com os olhos postos no passado,
Veem o que não veem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, veem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
_Meu comentário_: o poema quiz dizer que algumas pessoas ficam presas ao passado já outras só pensam no futuro , quiz dizer também para pensarmos também no presente no hoje e que temos q aproveitar o agora por que muitas pessoas não sabem aproveitar o presente e acabam se arrependendo depois
Segue o teu destino (1996)
ResponderExcluirSegue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Fernando Pessoa
Comentário : Eu me indentifico com o poema, pois na vida é isso que deve acontecer, não devemos ficar presos ao passado, devemos viver nossas vidas e não ficar se interrogando.
Autobiografia
ResponderExcluirO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor a dor que deverás sente.
E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem ,Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda ,Gira,a entreter a razão,esse comboio de corda que chama coração.
Fala do fingimento poético e revela a identidade de um poeta e aborda o tempo de escrever uma poesia
Odes de Ricardo Reis (Segue o teu destino)
ResponderExcluirSegue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Fala sobre uma forma de encarar a realidade e a vida
Cartas de amor são ridicula
ResponderExcluirTodas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).
faz uma brincadeira com as cartas de amor e com os sentimentos de quem já esteve apaixonado.
Não sei quantas almas tenho
ResponderExcluirFernando Pessoa escreveu este poema sobre identidade, sobre as mudanças na vida e sobre se perguntar quem, afinal, se é.
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Segue o teu destino
ResponderExcluirSegue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Odes de Ricardo Reis
Eu gostei muito, porque eu me inditifiquei, e entendi que não precisa ficar presa no passado, tem que olhar para o futuro e viver o seu presente.
ExcluirTema:Mar português
ResponderExcluirÓ mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Comentário: esse poema ele diz que por esse
Mar todos passava, por mães que choraram e filhos que rezaram em vão Por que que passa além do Bojador te que passar além da dor.
TEMA: TUDO QUANTO PENSO
ResponderExcluirTudo Quanto Penso,
Tudo Quanto Sou,
É um Deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão Parada
Sem nada a estar ali,
Areia Peneirada
Vou dar - lhe a Ferroada
Da vida que vivi.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSegue o teu destino
ExcluirSegue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam
Entendi que se ficar lembrando do passado não prestaremos atenção no futuro é não iremos viver o presente. É que se nós ficamos lembrando mais do passado iremos sentir cada vez mais dores do que nós iremos sentir no presente é futuro.
Um trecho do O Lago.
ResponderExcluirTrémulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
Um trecho de Cansa Sentir Quando Se Pensa.
Cansa sentir quando se pensa.
No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.